O texto a seguir trata da visão corrompida de um homem sobre o amor. Esse sentimento, brutalmente distorcido pela insensibilidade atual, sofre metamorfoses desde o início de sua vida. É necessária, diante das circunstâncias vigentes, uma análise profunda de seu caráter em tal sociedade brutal.
O amor, quando o indivíduo ainda jovem, é meramente irracional. Sendo dessa forma, tornaria-se inútil uma observação quanto a seu aspecto. Entretanto, trata-se de uma ideia jovial, que por fim resultará em um amor mais sincero e profundo, que será visto mais a frente. Nessa fase, mesmo sem uma real noção sobre seus impactos, esse sentimento pode entrelaçar vidas de uma forma a não poderem mais ser desatados. É um amor comparável a uma criança: estúpida, mas afetuosa e cheia de energia.
O amor, quando começa seu amadurecimento, é uma coisa muito engraçada. Continua bobo, entretanto com um leve grau de racionalidade. Nesse caso, a racionalidade não trata da análise de características como a beleza ou tipos de defeitos na aparência de outro indivíduo. Trata da elevação do conceito de afeto. Leva em conta a valorização dos tipos de carinho. O amor agora tem preço. Mas não pensem os ignorantes que discorro sobre um amor que é submisso ao dinheiro, não! Digo que o amor varia , nesse momento, de acordo com as demonstrações de afeto feitas pelos parceiro de cada ser.
O amor, quando sábio, possui duas formas de avaliação. Para os adoradores de Camões, é tão quanto ou mais bobo que o jovial. É, de fato, racional, entretanto essa racionalidade resume-se a distinção da origem desse sentimento: se veio de você, dele ou dela. É bobo porque é imune a críticas, é imutável. Outras possível visão, é o oposto extremado da primeira, um sentimento puramente racional, que leva em conta fatores fúteis, para um amante, entretanto absolutamente relevante para um ignorante (me refiro a nenhum ser, apenas exponho minha compreensão acerca desse sentimento), pois um amor não vive de aparências, porém de uma efervescência que emana do ser.
O amor, em suas distintas idades, pode parecer algo gradual ou desajustado. Todavia, garanto que é apenas sua aparência. (Exponho agora, de fato, minha real visão do amor) O verdadeiro sentimento é imutável. Para sentirmos sua verdadeira essência, é necessária a seguinte citação:
Quando sento ao lado da pessoa que eu amo, sou passível do esquecimento de palavras. Entre eu e ela, não há conversa. Não há por quê ligar para esse tipo de futilidade que varia de país a país. Toco sua mão e sinto sua textura às vezes lisa, às vezes áspera, mas sempre calorosa. Olhamos um para o fundo do olho do outro, vemos a alma de cada sendo exposta em imagens e energias. É nesse instante que sentimos o famoso arrepio, da pontas dos pés à ponta dos cabelos. Não há palavras, não há som. É um mero instante, uma realização meramente eterna.